domingo, 2 de setembro de 2007

BARRAGEM DO RIO TUA

Barragem do Rio Tua
EDP encomendou estudo socioeconómico, para confrontar autarcas
A ser construída, a Barragem do Rio Tua vai submergir nove pontes, a linha-férrea do Tua e dezenas de quilómetros de vias rodoviárias, num total de cerca de 791 hectares de área inundada. No entanto, a infra-estrutura que deverá custar cerca de 237 milhões euros promete possibilitar a criação de condições para fazer do Tua «um local de referência, a nível ibérico, no âmbito do turismo fluvial». “Não há bela sem senão” – lembrou Álvaro Sousa, Director de Produção da EDP, durante a apresentação, no dia 23, a vários autarcas do concelho de Murça, de um estudo socioeconómico que expôs os prós e os contras da construção da Barragem do Rio Tua, uma infra-estrutura que irá afectar várias freguesias dos concelhos de Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela e Vila Flor. Segundo o mesmo responsável, o objectivo da EDP é trabalhar, em conjunto com a as autarquias, a população em geral, as associações e várias organizações das localidades afectadas pela Barragem, para encontrar a melhor solução, no que se refere à sua construção, ou não. “Temos consciência do que se vai perder e não estamos a esconder nada, temos é que ver, também, que a Barragem não vai trazer, apenas, coisas más”, sublinhou o Director de Produção da EDP, explicando que o estudo realizado, em estreita colaboração com a população, veio antecipar o estudo de impacte ambiental que deverá avançar, no primeiro trimestre de 2007. Apesar da garantia de que ainda não há certezas sobre a construção da Barragem, Álvaro Sousa salientou que não será a EDP a decidir pela população, mas, sim, o Governo e, nessa altura, espera que haja um consenso, entre todos. Uma das grandes preocupações com a construção da Barragem passa pela destruição de várias centenas de hectares de terrenos agrícolas, distribuídos por cerca de 17 localidades que, parcialmente, ficarão no fundo da futura Albufeira do Vale do Tua. Se os contras abarcam, ainda, a submersão da Linha do Tua, de cinco pontes e quatro pontões, das Caldas de São Lourenço e de Carlão e o final de mais de 700 hectares cultivados (Agricultura e Floresta), também há os prós, como apresentou Heitor Gomes, da empresa Cedru que, em conjunto com outras duas, pertence ao consórcio que elaborou o estudo, encomendado pela EDP. Para além da dinamização económica, proveniente dos trabalhos de construção da infra-estrutura, que duração cerca de cinco anos, o estudo sublinha, ainda, os benefícios ao nível do abastecimento de água, controlo de cheias, novas vias de comunicação e mobilidade e aproveitamento enérgico, dando, no entanto, especial ênfase à questão do turismo e lazer. “Esta proposta apresenta um projecto que pretende fazer do Tua um local de referência, a nível ibérico, no que diz respeito ao turismo fluvial”, sublinhou o responsável pela Cedru, exemplificando várias possibilidade de aproveitamento do plano de água da Barragem, para projectos inovadores, como a exploração de “barcos-casas”, ao longo dos seus 37 quilómetros de extensão. João Teixeira, Presidente da Câmara Municipal de Murça, mostrou-se reticente, relativamente ao projecto ambicioso, ao nível do turismo e lazer, para a Barragem. “Até parece que ouvimos falar sobre o aproveitamento hidroeléctrico do Vale do Paraíso”, comentou o autarca, ironicamente, lembrando que, “para levar este tipo de projectos, para o terreno, é preciso muito dinheiro, para investir”. Este primeiro estudo está a ser apresentado nos vários concelhos da região que serão afectados com a possível construção da Barragem do Tua que irá produzir cerca de 350 gw/hora, uma produção de energia que corresponde ao consumo médio de uma cidade de 80 mil habitantes, representando duas vezes e meia o consumo actual dos cinco concelhos transmontanos. O actual projecto prevê uma cota de altura de 195 metros, o que representará uma capacidade de cerca de 215 milhões de metros cúbicos de água. No entanto, Álvaro Sousa reiterou que esta é a solução que traz mais impactos e que constitui, apenas, uma primeira possibilidade que poderá sofrer ajustamentos.
"In a Voz de Trás os Montes"

1 comentário:

A Comunidade disse...

"Barragem do Rio Tua vai submergir nove pontes, a linha-férrea do Tua e dezenas de quilómetros de vias rodoviárias"
Esquisito. A barragem terá um comprimento de 37 km de extensão e irá submergir DEZENAS de km de vias rodoviárias? Está-se a contar com caminhos de terra batida para acesso a campos agrícolas?
Quando se fala em nove pontes submersas, possivelmente a maioria delas será da linha do Tua, certo?
"e o final de mais de 700 hectares cultivados (Agricultura e Floresta)"
A barragem terá uns 790 ha e 700 eram campos agrícolas?
"como a exploração de “barcos-casas”, ao longo dos seus 37 quilómetros de extensão."
Espero que esta ideia peregrina não tenha qualquer seguimento!!!
A energia produzida nunca será 350 gw/hora. Será, quando muito 350 GWhora. Esta Física...